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As aulas serão ministradas pela premiada capoeirista e compositora de capoeira, Mestranda Kallú, e acompanhadas pela gestora artística do projeto e capoeirista Profª Acerola

Capoeira como transformação social à comunidade. Nesta quarta-feira, dia 27 de março, acontece a aula inaugural do projeto Capoeira Ancestral, na Associação de Moradores Vila Jonas Neves, no bairro Fidélis, em Blumenau. As aulas de Capoeira de Angola serão ministradas pela premiada capoeirista e compositora de capoeira, Mestranda Kallú, e acompanhadas pela gestora artística do projeto e capoeirista Profª Acerola (Yuli de Oliveira). Serão 32 duas aulas gratuitas e até novembro deste ano, voltadas para crianças e adolescentes, na faixa etária entre 10 e 15 anos, residentes no bairro Fidélis ou proximidades; estudantes de escolas públicas; com vagas preferenciais para pessoa com Pessoa Com Deficiência (PCD), negritude, indígena, terceira idade e imigrante.

Mestranda Kallú e Profª Acerola em aulas de capoeira – Foto: Elton Jr.

“O projeto é uma ferramenta de transformação social onde trabalhamos juntos a disciplina, o respeito e a união na formação das crianças e adolescentes como cidadãos”, afirma a capoeirista Profª Acerola. “A capoeira é uma manifestação popular genuinamente brasileira extremamente rica em movimentos corporais, que favorecem o desenvolvimento do físico, além de sua função sociocultural. Diversos trabalhos, tanto teóricos, através de artigos científicos, quanto práticos através de aulas, têm demonstrado que a capoeira é uma atividade muito importante para o desenvolvimento, pois, através dos movimentos, estimula-se a criatividade, o interesse pelas artes e pela cultura, proporcionando uma mudança de comportamento pelas múltiplas experiências vivenciadas”, acrescenta.

Como contrapartida social, em agosto deste ano o projeto ainda prevê as seguintes ações: aula aberta com a Mestranda Kallu, no Parque das Itoupavas; apresentação acessível integrando a Polinização do Coletivo COLMEIA, na Secretaria de Inclusão da Pessoa com Deficiência e Paradesporto; Apresentação + Roda de Conversa, com Mestranda Kallú e Acerola, no COLMEIA, evento que ocorre nos dias 24 e 25 de agosto, no Teatro Carlos Gomes.

“Acreditamos na importância do projeto como um momento de aprendizagem prazerosa, para o desenvolvimento da consciência cidadã, a oportunidade de evoluir o espírito de liberdade com responsabilidade para a promoção da cultura afro-brasileira, assim como o senso de pertencimento ao grupo e à comunidade onde estão inseridos”, afirma a coordenadora geral do projeto Tatiane Hardt. “A prática de esportes e das artes é extremamente relevante para o desenvolvimento das crianças, pois por meio delas se estabelecem limites sociais e há transferência de saberes. Isso viabiliza a possibilidade de estruturação de personalidade e da socialização, por que permite que o autoconhecimento do indivíduo, uma melhor leitura do mundo ao seu redor, desenvolvimento sensos de autoestima, amizade, disciplina, valorização e respeito à diferenças, buscando uma sociedade melhor, mais justa e igualitária”, complementa Tatiane.

O projeto cultural Capoeira Ancestral é viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo D+ Áreas, por meio do Edital de Chamamento Público SMC, n. 2/2023. Toda a comunicação online do projeto conta com acessibilidade através de audiodescrição e todas as apresentações contam com a presença de intérprete de LIBRAS. Será realizada uma campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis que será destinada à própria comunidade do Fidélis, através da Associação de Moradores Vila Jonas Neves, que realizará a distribuição dos donativos. O projeto ainda contemplou para as ações 10 tablados de tatame, 15 uniformes para os alunos e equipamento de som (caixa + microfone). Acompanhe as novidades pelo www.instagram.com/mestrandakallu

Mestranda Kallú e Profª Acerola – Foto: Elton Jr.

MESTRANDA KALLÚ
É compositora, instrutora e mestranda em Capoeira. Nascida em Jacareí (SP) e reside em Blumenau desde de 2019. Descendente de capoeiristas, iniciou a prática da capoeira no ano de 1996, aos 4 anos de idade, seguindo ativa desde então no mundo da capoeiragem. Berimbalista desde os oito anos de idade, atua através de sua empresa Kalluera na confecção de instrumentos de capoeira, sendo uma das poucas mulheres atuantes na área atualmente. Ministra aulas para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social desde 2011. Segue desenvolvendo esse trabalho de voluntariado em Blumenau, numa missão pessoal de resgatar crianças e adolescentes em situações de risco através da Capoeira. Em 2019 iniciou o projeto sociocultural “Kallueira Ancestral”, ministrando em parceria com Acerola oficinas de capoeira na comunidade COHAB do Bairro Fidélis em Blumenau. Em 2020, foi co-criadora do Movimento Canto com Axé, juntamente com a Profª Acerola, que desenvolve atividades de difusão da Capoeira com Mestres de todo o Brasil. Integra desde 2022 o Coletivo COLMEIA, quando esteve Moderadora do GT Dança, e trabalhou na equipe de Produção do Grande Evento do Coletivo em 2022 e 2023. Formada a Mestranda de Capoeira em 2015, pelo Mestre Neguinho (in memorian) no Grupo de Capoeira Axé e Ginga, hoje segue com a mesma graduação com seu atual mestre, Mestre Curitibinha. Mestranda Kallú, faz viagens nacionais e internacionais levando sua capoeira ancestral, capoeira com valores e princípios, aplicada como instrumento de transformação, e de evolução mental e espiritual.

Foi Eleita Capoeirista Destaque pelo Oscar da Capoeira, em 2006, organizado pelo Mestre Vica (SP); recebeu a homenagem de Capoeirista Completa (toca, canta, joga e leciona); Medalhista de ouro dos Jogos Regionais (SP) de 2011, segue sendo a única pessoa a receber uma medalha de ouro pela cidade de Santa Isabel (SP), onde também atuou com a Capoeira. Seguiu como vencedora Bicampeã dos Jogos Regionais (SP) de 2012, com mais uma vitória na categoria de Capoeira; eleita a Melhor Berimbalista e Melhor Compositora, pelo Prêmio Dandara Zumbi em 2021; eleita a Melhor Compositora de Capoeira em 2022, pelo Prêmio Dandara Zumbi.

CAPOEIRA
É uma expressão cultural e esporte afro-brasileiro de origem negra e herdada dos povos escravizados, que mistura arte marcial, dança e música. É caracterizada pela sua abrangência multidisciplinar, sendo valorizada pela sua relevância esportiva, cultural e educativa. A Roda de Capoeira foi registrada como bem cultural pelo IPHAN no ano de 2008, com base em inventário realizado nos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro. Em novembro de 2014, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO (para a educação, ciência e cultura).

Apesar de atualmente a capoeira fazer parte da identidade nacional, ela já foi proibida e perseguida por força de lei, entre os anos de 1890 e 1937, pela habilidade corporal e a destreza dos capoeiristas, que poderia ser usada contra os seus repressores, além da possibilidade de uma rebelião escravista, são apontadas como razões para torná-la um crime. Foi somente em 1937 que a capoeira deixou de ser considerada um crime e isso se deve, em grande medida, aos esforços do Mestre Bimba. Hoje, a Capoeira é um instrumento muito utilizado em diversos projetos sociais e educativos por todo país, enfocando seus mais variados aspectos, como a dança, identidade racial, arte, luta, defesa pessoal, desporto lazer, educação, folclore, preparação física e filosofia de vida. Por meio desses projetos a capoeira tem sido praticada por crianças, jovens, adolescentes, adultos, pessoas da terceira idade, com e sem deficiência. Podendo ser praticada nos mais variados lugares, tais como academias, clubes, associações, quarteis, escolas e até em universidades, tanto no Brasil como no exterior.

SERVIÇO
Projeto Capoeira Ancestral, com Mestranda Kallú
Aulas gratuitas até novembro de 2024
Todas as quartas, das 19h às 20h
Na Associação de Moradores Vila Jonas Neves, no bairro Fidélis, em Blumenau (R. Godofredo Rangel, 481)
Inscrição e informações com a Profª Acerola pelo telefone/whatsapp (47) 99920-3398 ou pelo yulioliveirabnu@gmail.com
Vagas prioritárias para alunos de escolas públicas residentes no bairro Fidélis. 30% de vagas preferenciais para PCD (Pessoa Com Deficiência), negritude, indígena, terceira idade e imigrante.

EQUIPE TÉCNICA
Projeto Capoeira Ancestral
Oficinante de Capoeira: Mestranda Kallú
Gestão Artística: Profª Acerola (Yuli de Oliveira)
Coordenação geral: Tatiane Hardt
Produção executiva: Soila Freese
Design Gráfico: Tita Tinta Ilustra
Audiodescritora: Mara Rubian Matteusi
Intérpretes de LIBRAS: CML – Comunicação, Mentoria em LIBRAS
Fotografia: Elton Jr.
Divulgação cultural/AI: Nane Pereira Comunicação e Arte

 

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