Cerca de 30 profissionais se reuniram no Sítio Miotello para imersão, pesquisa e formação em palhaçaria, referente ao projeto Residência em (Re)Existência
Arte da palhaçaria em forma+ação. Na última semana, o Sítio Miotello, em Urussanga, foi palco de encontro, risos e sorrisos, imersão, pesquisa e formação em palhaçaria, do projeto Residência em (Re)Existência; promovido pela Rede Catarina de Palhaças, por meio do Prêmio Elisabete Anderle de Incentivo À Cultura, Edição 2021. “A residência foi um encontro no formato de retiro auto organizado, entre os dias 20 e 24 de abril, que contou com a participação de 30 palhaças integrantes da Rede Catarina de Palhaças, vindas de todas as regiões do estado de Santa Catarina”, explica a coordenadora geral do projeto, produtora cultural, e integrante da Rede, Paula Bittencourt.
Segundo Paula, o evento teve a intenção de fortalecer e aprofundar os processos artísticos de expressão e composição de saberes em rede. Por conta disso, foram realizadas 20 horas de trabalho prático com a temática principal de Palhaçaria Feminina, abordando temas mais específicos como riso ritual, jogos, técnicas circenses, palhaçaria de Terreiro e De(s)colonial, entre outras. “Foram realizadas uma Roda de Conversa, uma saída de Rua (Palhaceata) no centro da cidade de Urussanga, uma Reunião Geral da Rede Catarina de Palhaças e um Cabaré aberto ao público gratuitamente no fim do evento”, complementa a coordenadora geral do projeto.
“Foi lindo! Um encontro cheio de troca, amor e afeto que fortaleceu a todas nós, para seguir (re)existindo como artista, palhaça e como mulher. Estamos vivas!”, celebra a artista que participou da residência, Gabriela Leite.
Para a artista Aline Silva Meira, participante do evento, a palhaçaria feminina é feita de coragem. “Coragem para buscar aquilo em que acredito e saber que não estou só! Coragem em assumir quem sou na minha máxima potência e saber que não sou a única. coragem em acreditar na transformação que a arte faz e como ela move tudo a sua volta e reverbera (amor) por onde passa. Coragem é a palavra que transborda tudo, porque é preciso sim muita coragem para assumir quem realmente você é, se expor para o mundo, assumir suas fragilidades, brincar com elas e transformar tudo em poesia ou ainda em palhaçaria! Gratibolhas grandiosas mulheres palhaças por tanta coragem e transbordamentos”, comemora.
“A Residência foi um marco na minha vida artística, profissional e pessoal. Pude relembrar de quem eu sou, de onde vim e entender o momento que eu vivo hoje. Remexeu na minha gaveta de memórias e tirou de lá relíquias esquecidas. Despertou às gargalhadas a palhaça adormecida que foi tirar um cochilo e botou na função ‘soneca eterna do pra sempre’. Não tem forma melhor de acordar e de se lembrar de quem você é do que rindo, se divertindo e se sentindo acolhida. Sou grata a essa oportunidade e a essas palhaças que me olharam nos olhos e no fundo da alma”, afirma a artista Ester Cristina Bevian Graf.
REDE CATARINA DE PALHAÇAS
Surgiu em 2017, com o objetivo de fortalecer a arte da palhaçaria, teatro e circo, feita por mulheres do estado de Santa Catarina. Existe para estabelecer o estreitamento de relações e ações de mulheres palhaças, para estimular o mercado profissional das mulheres que atuam com palhaçaria no estado; para divulgar as atuações coletivas e individuais dessas mulheres. Realizou várias rodas de conversa e formação além da Mostra da Rede Catarina de Palhaças que ocorreu na cidade de Blumenau em 2019. Acompanhe as novidades pelo www.instagram.com/redecatarinadepalhacas
O projeto Residência em (Re)Existência é selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2021, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense da Cultura.