O GRITO
Quem és tu ó ser mortal
para me dizer o que é moral
se a raiz dos seus dentes estão podres?
Que grita comigo para
me falar de verdade
se tuas mentiras te corroem os ossos?
Quem és tu ó ser mortal
para me dizer o que tenho que ser,
o que tenho para fazer
o que é importante
e o que deixou de sê-lo?
Ah! Não me venhas
com esse teu ar de deboche,
com esse riso irônico que
lhe cuspo o sangue da indiferença.
Quem és tu ó ser mortal
que ris de meu desprendimento
que baba maldizeres pelas costas
que fala da razão e da cor exata do mundo, quando tu
estás cheio de más intenções
forjadas em branco papel?
Chega!
Deixa-me em paz,
por favor!
Não preciso do teu discurso egocêntrico,
minha mente vaga a esmo,
enquanto tuas malditas palavras
poluem meu ar.
…tua sanidade me cansou…
Acredita! Os demônios solitários
são minha melhor companhia
e a bondade não pode ser contada.
ai de mim,
ai de mim,
que acredito no que digo
e faço de conta que escrevo.